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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ESCOLA POR QUEM FAZ

Para o bem de todos

Vamos praticar a gentileza? É tão simples e ao mesmo tempo tão importante. Um gesto, uma palavra, um olhar, um sorriso... fazem a diferença na vida de todos nós. E estaremos trazendo mais amor a esse mundo que está se tornando tão frio e indiferente.
Equipe da Escola Municipal
Rotariano Arthur Silva









































Há algum educador incapaz de perceber o quanto a deterioração de valores morais se reflete na formação de nossos jovens? E, principalmente, há algum ainda incapaz de relacionar essa situação a problemas cada vez mais presentes na rotina escolar, como dificuldade de aprendizado, desrespeito e agressividade?

A situação
Tudo começou quando a escola trocou de endereço e dobrou de tamanho. Saiu do antigo espaço da Avenida Feliciano Sodré e passou a ocupar um novo prédio, com oito salas de aula a mais (eram 11 e agora são 19), na Rua Paraná. Com isso, o número de alunos cresceu e novos funcionários foram contratados, alterando radicalmente a rotina à qual alunos, educadores e pais estavam acostumados.

Todo o trabalho realizado com os alunos na pequena escola da Avenida Feliciano Sodré teria que ser ampliado, permitindo a retomada da integração que envolvia a comunidade escolar.

O desafio foi grande. Até então havia sido possível trabalhar valores e compartilhar o esforço e as conquistas com alunos e responsáveis, mas a mudança desequilibrou essa harmonia. Os novos alunos e os funcionários contratados precisavam ser orientados e a situação tornava-se crítica. Era preciso reverter o crescente registro de problemas de comportamento. Cessar as brigas envolvendo alunos que se tornaram comuns nas imediações da escola e acabar com os casos cada vez mais frequentes de desacato aos professores e aos colegas.

O Profeta
José Datrino, era o nome de batismo do profeta Gentileza. Nascido em 1917 no interior de São Paulo, teve nove irmãos e uma infância marcada pelo trabalho. Aos 12 anos, disse que havia recebido uma missão e que, um dia, teria que abandonar tudo e seguir seu destino.

Isso aconteceu em 1961, após o incêndio de um circo em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Mais de 500 pessoas morreram na tragédia e, seis dias depois, Datrino recebeu a missão de trocar o mundo material pelo espiritual. Ao volante de seu caminhão, foi até o local e deu assistência e apoio às famílias das vítimas, permanecendo ali por meses. Foi quando recebeu o apelido de “profeta Gentileza”.

Em seguida passou a pregar a paz e a compreensão pelas ruas onde passava. Alvo de brincadeiras, respondia com sua gentileza natural, dizendo frases como “sou louco para te amar e louco para te salvar”. A partir dos anos 80, passou a reproduzir suas pregações em pinturas nas pilastras da Avenida Perimetral, propondo a valorização de conceitos como respeito, amor e gentileza como sendo a melhor forma de “salvar o mundo”.

Gentileza faleceu em 1996, aos 79 anos, em sua cidade natal. Suas inscrições nas pilastras sofreram com atos de vandalismo e até chegaram a ser cobertas com tinta cinza. Após protestos – inclusive em um sucesso musical da época –, o trabalho de Gentileza foi recuperado e reconhecido, passando a ser alvo de homenagens e estudos.

O Projeto
Era preciso, enfim, promover a gentileza entre os integrantes da comunidade escolar. “Percebemos que as pessoas não entendem a importância de se cultivar valores. Respeito, laços familiares, amizades, tudo isso faz parte de um mundo que muitos desconhecem. Por isso, o foco deste nosso trabalho é mostrar a importância desses valores”, destaca Caio, orientador educacional da equipe.

Lúcia Tomaz, coordenadora pedagógica, lembra que a necessidade de se trabalhar a compreensão e a fraternidade entre os alunos e profissionais da educação levou o grupo, formado ainda pela coordenadora educacional Adriana, a orientadora Elayne e a diretora Maria Valmira, a pensar nas palavras do profeta Gentileza.

Com base nessa proposta, a equipe realizou um trabalho que atravessou áreas do conhecimento, utilizando situações do cotidiano, como uma notícia de jornal, uma briga no recreio ou mesmo propostas dos professores, para abordar o tema.

Foram utilizadas canções, organizados murais, dinâmicas e grupos de leitura – um trabalho de integração que, aos poucos, reduziu os desencontros e a falta de respeito entre os integrantes da comunidade escolar. Muitos momentos especiais marcaram o projeto, com destaque para a visita ao Abrigo Irmã Catarina, onde os alunos levaram afeto aos idosos e se emocionaram ao conhecer a realidade daquelas pessoas.

O projeto foi encerrado com uma caminhada batizada como “Rotariano Gera Gentileza”, na qual alunos e funcionários distribuíram flores e sorrisos às pessoas que encontravam nas ruas por onde passaram. “Sabemos que não conseguiremos mudar o mundo com este simples projeto – e nem temos pretensão para tamanho trabalho –, mas espero que possamos desenvolver atividades que façam do nosso espaço de convivência um lugar melhor”, conclui Adriana.

Projeto
Trabalhando Valores
“Gentileza gera Gentileza”
E. M. Rotariano Arthur Silva

Objetivos
Compromissar-se com a filosofia da nossa escola
Propiciar o desenvolvimento de virtudes indispensáveis à formação humana
Intensificar o trabalho de valores, consciente do papel social da escola, de modo a oportunizar as reflexões e atitudes que visam ao bem-estar dos cidadãos e ao fortalecimento da autonomia dos homens

Equipe
Maria Valmira – Diretora
Elayne Silva Morais e Caio Márcio Lopes de Oliveira – Orientadores Educacionais
Lúcia Tomaz e Adriana Martins – Coordenadora Educacional
Duração: um semestre
Destinado a turmas do 1º ao 9º ano

Por Gerson Tavares
Fotos Divulgação

Programa Mais Educação